A pandemia de 2009 em Rio Negro e Mafra

Poucas pessoas lembram que em 2009 tivemos uma pandemia. Naquele ano já existiam redes sociais, mas num tamanho e importância menor que atualmente no que se refere à propagação de informações. Por isso, naquela época, as pessoas não questionaram se a vacina era ou não eficaz e foram se vacinar, e isso ajudou no controle daquela pandemia, felizmente.

No dia 11 de junho de 2009 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma pandemia global da Gripe Suína, causada pelo vírus Influenza A (H1N1), em uma reunião de emergência em Genebra, na Suíça. Na época o Brasil se antecipou a todas as medidas recomendadas pela OMS. Por isso, quando a pandemia foi declarada não mudou em nada os procedimentos que o governo brasileiro daquela época adotou para a vigilância, diagnóstico e tratamento da doença.

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EM RIO NEGRO E MAFRA

Em agosto de 2009, o vírus Influenza A (H1N1), popularmente conhecido como Gripe Suína, preocupava os riomafrenses e o mundo todo, mas até então, em agosto de 2009, não havia nenhum caso confirmado oficialmente em Rio Negro ou Mafra.

Na época foi mantido em Rio Negro um plantão no Pronto Atendimento para receber pacientes com sintomas suspeitos. Várias medidas de prevenção foram adotadas na cidade. A orientação dada a toda a população é para que evitasse a circulação em ambientes fechados, o contato direto com pessoas gripadas e que tivessem hábitos de higiene lavando várias vezes as mãos com água e sabão ou fazer uso do álcool em gel, tossir com lenço de papel, alimentar-se adequadamente e ingerir bastante líquido.

A empresa Reunidas, por exemplo, que operava em rotas interestaduais em Rio Negro, agiu de acordo com orientações da Vigilância Sanitária. As medidas tomadas foram apenas em ônibus que possuíam ar condicionado, onde os filtros eram trocados com mais frequência. Para os demais ônibus a orientação é para manter as janelas abertas.

A empresa de ônibus Santa Clara, que operava em Rio Negro e Mafra nas linhas municipais, na época manteve os motoristas e cobradores usando máscara de proteção facial como medida preventiva.

Em Mafra-SC, o então Prefeito Jango Herbst decretou situação de emergência em razão da confirmação da presença do vírus no Estado de Santa Catarina e no município. O primeiro caso confirmado em Mafra foi de um homem de 37 anos de idade, que contraiu o vírus na cidade de Curitiba durante uma viagem. Como o ciclo do vírus Influenza A dura sete dias, durante o período em que aguardava o resultado dos exames, o paciente curou-se da doença antes mesmo de ser medicado com o Tamiflu. A gripe A H1N1 chegou ao Brasil em maio de 2009. Para a contenção do surto da doença, foi intensificada a campanha de vacinação contra gripe e também foi utilizado o medicamento Tamiflu.

No dia 29 de agosto de 2009 o Desfile Cívico de 07 de Setembro foi cancelado em Rio Negro e Mafra devido à pandemia da Influenza A (H1N1). Havia ainda a recomendação de evitar ambientes com aglomerações de pessoas, como prevenção ao contágio. Muitas cidades brasileiras não realizaram o desfile em 2009 pelo mesmo motivo.

APRENDIZADO

Atualmente, em 2021, observando comentários em publicações nas redes sociais e em sites, eu percebo que muitas pessoas ainda não entendem o conceito de pandemia e a importância da vacinação em massa.

A vacina contra a Covid-19 é fundamental para que a pandemia do coronavírus tenha um fim. A pandemia de 2009, por exemplo, só acabou porque a vacinação funcionou e o mundo em geral atingiu a imunização coletiva.

Enquanto houver pessoas negando a vacina e propagando desinformação, citando que a vacina faz mal, que mata pessoas, que tem chip, etc., o vírus ainda terá força e novas variantes podem surgir.

A pandemia de 2009 foi um grande aprendizado para a humanidade, mas infelizmente há pessoas que ainda preferem fechar os olhos para a realidade e defender ideias falsas que ajudam apenas o vírus.

NÚMEROS

No total, 187 países registraram casos e quase 300 mil pessoas morreram. No Brasil o Paraná foi um dos estados mais afetados pelo H1N1. A pandemia chegou ao estado dias antes do início oficial do inverno e o afetou mais do que às demais regiões do país. O primeiro caso confirmado no Paraná foi no dia 19 de junho, quase um mês e meio depois da chegada ao país e mais de dois meses do primeiro caso mundial, no México. A primeira morte no estado aconteceu pouco mais de um mês depois, em 21 de julho.

O avanço foi rápido e em 45 dias o estado já tinha 201 mortes, apenas atrás de São Paulo (236), mas com taxa de mortalidade maior. Os dois estados concentravam mais de 63% das mortes do país (687) à época.

Com a chegada da primavera e verão, além de medidas para conter o surto para frear o contágio, o influenza H1N1 perdeu força. Perto do fim de fevereiro de 2010, dias antes da aplicação da vacina contra o vírus (em março), eram 294 mortes no estado.

O fim da pandemia foi decretado pela OMS em agosto de 2010. Até então, a pandemia global da Gripe Suína foi a primeira oficial declarada desde 1968, quando um surto de gripe causou a morte de mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo.

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