Conheça a história do movimento de Schoenstatt em Rio Negro

Um fato histórico ocorreu em Rio Negro neste dia 23 de outubro de 2025. A histórica ermida com a imagem da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt foi reinaugurada em uma área do Parque Ecoturístico Municipal São Luís de Tolosa.

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A ação da Prefeitura teve o objetivo de preservar este importante patrimônio histórico do município, além de garantir o fácil acesso aos devotos que desejam ter momentos de oração e reflexão em um local tranquilo em meio à natureza.

Nos últimos meses eu fiz uma pesquisa sobre a ermida do movimento de Schoenstatt, pois humildemente eu assumo que conhecia bem pouco a história dela. Felizmente eu consegui conteúdos bem históricos que agora eu deixo disponível para todos através deste meu site pessoal, pois o objetivo é sempre preservar a história ao máximo.

Desde já eu agradeço imensamente quem muito me ajudou com as informações:

·        Irmã Clarissa do Círculo Externo de Adoração de Santa Maria-RS. Ela me enviou diversas informações que constam no acervo histórico das Irmãs de Maria de Schoenstatt no Brasil – Livro de crônicas.

·        Irmã Doralice Maria de Souza, dirigente regional. Me enviou as páginas do livro que detalha a visita do padre José Kentenich em Rio Negro. São documentos preciosos.

·        Assessoria Nacional do Movimento Apostólico de Schoenstatt, que me indicou alguns contatos.

·        Senhora Maria de Lourdes Biliski Muncinelli, minha tia. Ela é consagrada desde 1980 e tem muitas informações sobre o movimento. Enviou-me folhetos que possuem a história do movimento de Schoenstatt em Rio Negro.

·        Senhora Sônia de Oliveira, que atua há anos no movimento de Schoenstatt e conhece muito bem a história. Sempre me atendeu bem quando solicitei informações.

·        Turismóloga Larissa Grein Becker, que me passou a foto do documento histórico encontrado na cápsula do tempo.

·        Site do Santuário Tabor Magnificat, que possui notícias sobre ações realizadas em Rio Negro.

PADRE JOSÉ KENTENICH

O movimento de Schoenstatt surgiu com o padre José Kentenich, que possui uma história de vida bem interessante. Aqui eu coloquei um breve resumo, pois realmente é uma história de vida grande com realizações em vários países.

O Pai, como é chamado o padre José Kentenich pelos membros do movimento de Schoenstatt, nasceu no dia 16 de novembro de 1885, em Gymnich, na Alemanha. Ele frequentou um seminário menor de Ehrenbreitstein, dirigido pelos padres palotinos. Em 18 de outubro de 1914 ele fundou a Obra de Schoenstatt.

Depois de um interrogatório, em 20 de setembro de 1941 o padre foi perseguido e preso pela polícia secreta do Estado (Gestapo) durante o nazismo na cidade de Coblença. Em 1942 foi levado para um campo de concentração em Dachau. Lá ele fundou em 1944 a Obra Internacional de Schoenstatt. O padre só foi libertado em 1945 com o final da Segunda Guerra Mundial. Dois anos depois ele visitou o Brasil, incluindo o município de Rio Negro.

Eu recomendo muito uma pesquisa ampla sobre a vida do padre José Kentenich. Ele faleceu na manhã de 15 de setembro de 1968. A sua obra continua firme e o seu nome também é lembrado diariamente pelos devotos do movimento. Há, inclusive, um processo em andamento para ele se tornar um santo católico. Eu creio que um dia poderemos afirmar que “Rio Negro já teve a visita de um santo”.

VISITA DO PAI EM RIO NEGRO

Através da assessoria nacional de comunicação do Movimento Apostólico de Schoenstatt eu fiz contato com a Irmã Doralice Maria de Souza, que vive em Curitiba. Ela gentilmente me enviou informações sobre a visita do padre José Kentenich em Rio Negro. São registros bem históricos que precisamos preservar ao máximo.

Em Rio Negro o “Pai” esteve uma única vez, mas ele esteve no Brasil por dez vezes. Assim cita o relato da sua vinda a Rio Negro:

08.04.1947

Em Jaraguá do Sul-SC, as irmãs tiveram meditação comum de despedida, com o Pai, pois iria visitar as irmãs em Rio Negro. Ao partir, o trem deu um solavanco e o Pai quase caiu da plataforma. A Mãe não permitiu que acontecesse algo ao seu filho e instrumento.

Após cinco horas de viagem, o Pai chegou a Rio Negro, onde houve uma recepção solene na frente da Maternidade. Na capela da casa, após cantarem o Magnificat, o Pai disse-lhes algumas palavras de saudação:

“Quando as vejo diante de mim, recordo a oração sacerdotal (de Jesus): Glorifica-me (Jo. 17,5). Nós queremos dizer à Mãe de Deus: Revela tuas glórias através de nós. (…) Queremos colaborar para que a Mãe de Deus conduza mais ainda sua marcha de triunfo”.

09.04.1947

Em Rio Negro, o Senhor Padre hospedou-se na casa paroquial. Às 5h45, esteve com as irmãs para a meditação comum; e, logo a seguir, celebrou a Santa Missa na capela da casa.

Recebeu visita da presidente da Associação da Maternidade; visitou a casa e atendeu uma senhora.

À tarde, foi visitar o seminário dos padres franciscanos. A caminho, visitou também os pais de nossa Marina e os de M. Judite. Ficou no seminário até à noite, e falou durante longo tempo aos franciscanos.

10.04.1947

Em Rio Negro, já bem cedo, o Pai chegou da casa paroquial, onde havia passado a noite, e pontualmente às 5h45, falou às irmãs reunidas para a meditação. A seguir, celebrou a Santa Missa. Após o café, atendeu as irmãs individualmente. Recebeu também algumas visitas.

À noite, foi ao colégio e falou durante uma hora às Irmãs da Divina Providência. Depois, dedicou-se durante longo tempo a um senhor alemão. Chovia torrencialmente, e o Pai pernoitou na Maternidade.

11.04.1947

Recebeu algumas pessoas. Como chovia muito, foi difícil conseguir um táxi que o levasse a Curitiba. Mas o Pai decidiu ir, e a viagem correu bem. Antes do almoço, foi à casa paroquial para despedir-se e, por fim, ficou ali. Assim, as irmãs tiveram que saborear sozinhas o “banquete” de despedida.

Às 13h, o Pai partiu rumo a Curitiba, onde se hospedou na residência do padre Germano Meier. Visitou também o senhor Arcebispo. À noite, falou aos franciscanos durante três horas seguidas. A eles juntaram-se também professores universitários que falavam alemão.

No acervo das Irmãs de Maria de Schoenstatt no Brasil também há detalhes sobre a presença do padre José Kentenich em Rio Negro. O resgate foi feito pela Irmã Clarissa do Círculo Externo de Adoração de Santa Maria, que dedicou o seu tempo para me ajudar e ajudar a preservar a história do movimento de Schoenstatt em Rio Negro.

São informações bem históricas que eu coloquei na íntegra aqui para preservarmos ao máximo:

Visita do Pe. Kentenich a Rio Negro/PR

As informações a seguir, encontramos num relatório de Ir. Marline:

Dia 08 de abril (1947) o Pe. Kentenich viajou de Jaraguá do Sul a Rio Negro.

Dia 16 de março de 1947, domingo, as Irmãs receberam um telegrama com a alegre notícia de que o Pe. Kentenich havia chegado ao Rio de Janeiro, portanto já estava em território brasileiro.

Na tarde do dia da Páscoa, 06 de abril, elas receberam um telegrama que o Pe. Kentenich já estava em Jaraguá do Sul, e na terça-feira, portanto, dia 08/04, ele estaria em Rio Negro. Houveram grandes preparativos. As Irmãs da Divina Providência mandaram estantes e folhagens para enfeitar os corredores.

Ir. Oswalda e Ir. Marline foram à estação de trem esperar o Pe. Kentenich, Ir. Justina e Ir. Trutberta esperaram na porta de entrada da casa com as funcionárias. Convidaram também a presidente da Maternidade, sra. Ana Zornig.

O trem atrasou duas horas. Em todo caso, chegou à tarde, porque depois da recepção tomaram café da tarde.

Pe. Kentenich cumprimentou todas as pessoas aí presentes. A Irmã que fez o relatório comenta que foi pena muitos não terem entendido o que ele falou. Em seguida dirigiram- se à capela.

“Com muita devoção e profunda emoção entoamos o Magnificat solene. Então, junto do altar o senhor Padre dirigiu-nos as primeiras palavras de saudação.” Finalizando rezaram: Por tudo, tudo cordialmente agradecemos… À noite Pe. Kentenich estava hospedado com os padres na Paróquia.

No dia seguinte, às 5,45 horas, o Pe. Kentenich já estava novamente com as Irmãs para missa e palestra que ele ministrava todos os dias que aí estava.

Pe. Kentenich alegrou-se ao ver o quadro da Mãe Três Vezes Admirável na entrada da casa e teve muita alegria, ao saber que ela fora entronizada aí quando as Irmãs começaram a trabalhar na Maternidade.

Num passeio pela casa, Pe. Kentenich interessou-se por tudo principalmente pelos pequenos no berçário. Também demonstrou muita bondade para com as mães. Sentiu muito por não poder falar-lhes em português.

A vizinha, frau Fendel (falava alemão) também chegou para conversar com o Pe. Kentenich.

Depois do café da tarde chegou o Pároco de carro, para levar o Pe. Kentenich ao seminário dos Franciscanos. No caminho ao seminário visitaram os pais das noviças: Ir. Marina e Ir. M. Judite.

Nesta noite, Pe. Kentenich falou longamente aos Franciscanos, que estavam todos reunidos.

Dia 10/04, nesta manhã, novamente Pe. Kentenich chegou bem pontualmente. Neste dia dedicou-se às Irmãs. Mas também chegou novamente frau Fendel com uma senhora para conversarem.

Neste dia Pe. Kentenich também visitou as Irmãs da Divina Providência. Falou a elas das 19 às 20 horas.

No retorno à Maternidade, o sr. Fendel (moravam do outro lado da rua, ao lado do rio) já estava à espera e falou longamente com ele. Começou então uma chuva torrencial com trovoadas, e como tinha poucas internadas e havia quarto sobrando, então naquela noite ele dormiu aí.

Na manhã do dia 11/04, último dia, Pe. Kentenich dedicou-se mais uma vez às Irmãs, que rezaram com ele e ele celebrou a santa missa na capela da Maternidade. O almoço foi na casa paroquial. Nesta manhã também chegaram as senhoras da direção da casa, para se despedir.

Era necessário providenciar um carro que o levasse até Curitiba. Isso foi difícil por causa das chuvas. Após muitos esforços, finalmente, as Irmãs encontraram um motorista que aceitou fazer a viagem, levando o Pe. Kentenich e a Ir. Norberta.

Às 13 horas o motorista estava aí em prontidão, com o seu carro. Ele tinha pressa porque estava previsto um temporal. Ainda foram rapidamente à capela. Pe. Kentenich disse algumas palavras de despedida, mas as Irmãs nem as memorizaram pela dor da despedida. Ele deu a última bênção e deixou a capela e a casa. Ao sair, encontrou-se com a família Fendel à porta da casa, que estava à sua espera e fizeram algumas fotos. Pe. Kentenich despediu-se de todos e entrou no carro. Uma última saudação, um último aceno e o carro desapareceu ao longe.

As irmãs ficaram muito ansiosas por saber como o Pe. Kentenich e a Ir. M. Norberta haviam chegado em Curitiba. Informaram-se com o motorista e ele disse que tudo havia corrido muito bem e que haviam chegado bem cedo ao destino.

Todos os que conheceram o Pe. Kentenich ficaram muito bem impressionados com sua pessoa.

AS PRIMEIRAS IRMÃS

Com o passar do tempo o movimento de Schoenstatt cresceu na Alemanha e na Europa com muitas pessoas consagradas. Homens, mulheres, famílias.

No começo da década de 1930, quando os nazistas tomaram o poder na Alemanha e com isso diversos conventos foram fechados, o padre José Kentenich enviou grupos de religiosas para o Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e África do Sul a fim de garantir a sobrevivência do movimento caso a perseguição da igreja na Alemanha aumentasse.

As primeiras irmãs chegaram ao Brasil no ano de 1935. Elas se instalaram principalmente no sul, onde havia muitos imigrantes da Alemanha e padres palotinos, que era a comunidade religiosa do padre José Kentenich.

No Brasil a saudade do pequeno vale de Schoenstatt da cidade de Vallendar era grande, por isso as irmãs começaram a construir pequenos santuários filiais, como réplicas do original e onde também podiam viver a mesma espiritualidade.

No dia 07 de junho de 1935 chegaram a Jacarezinho-PR as doze primeiras jovens Irmãs de Maria, enviadas pelo padre José Kentenich como missionárias.

Em Rio Negro as três primeiras irmãs chegaram no dia 15 de julho de 1943, vindas de Londrina: Irmã Marline, Irmã Oswalda e Irmã Justina. Elas se instalaram e atuaram na recém-criada maternidade de Rio Negro.

Maternidade de Rio Negro em construção

No acervo das Irmãs de Maria de Schoenstatt no Brasil há a foto das três primeiras irmãs e detalhes sobre essa vinda. A Irmã Clarissa gentilmente me enviou o seu resgate histórico:

Final de dezembro de 1942, as Irmãs receberam a oferta de uma Filial em Rio Negro/PR. Mas Elas sentiram o limite de não terem vocações suficientes para atender o pedido. Mas ficou em aberto.

No início de março de 1943, Ir. Norberta, superiora, visitou Rio Negro. A casa era nova… A oferta era muito boa, mas ainda não ficou nada decidido.

Final de março de 1943, as Irmãs decidiram aceitar a Filial em Rio Negro; uma maternidade e colocar lá três Irmãs: Ir. Marline, Ir. Oswalda e Ir. Justina.

Aceitação da Maternidade em Rio Negro

“No dia 15 de julho de 1943, as Irmãs partiram para Rio Negro e Ir. Norberta (superiora) as acompanhou. A recepção foi tão solene como nunca. Na estação fomos recebidas pelas senhoras da Associação e, na entrada, estavam reunidas representações de todas as associações eclesiais, com o Pe. Vigário. As crianças do Colégio nos entregaram um belo ramalhete de copos de leite. Uma das senhoras fez um discurso de saudação. Na casa, haviam cuidado de tudo. A moradia das Irmãs estava munida de tudo quanto era necessário. Em parte alguma ainda o encontramos assim. A presidente da casa, sra. Meiners, tinha cuidado muito bem de tudo.” (Anotações da crônica da Província brasileira das Irmãs)

Relata também que no início, enfrentaram muitas as dificuldades com o pessoal de trabalho. “Se tivéssemos uma Irmã parteira, tudo seria solucionado. (…) Mas a Mãe de Deus há de cuidar.”

Na foto há as três primeiras irmãs que chegaram a Rio Negro em 1943. Da esquerda para a direita: Irmã Oswalda, Irmã Marline e Irmã Justina.

CONSTRUÇÃO DA ERMIDA

Alguns relatos históricos que eu encontrei citam que pouco tempo após a chegada, as primeiras irmãs construíram no pátio interno da maternidade a ermida para a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt.

Não há a data exata dessa construção. E com o passar dos anos a estrutura – que enfrentou algumas enchentes – teve modificações. Essa primeira ermida era simples/humilde e de madeira, contendo a imagem da Mãe e Rainha. A senhora Sônia de Oliveira me relatou que as irmãs que trabalharam na maternidade de Rio Negro nos anos 80 tinham essa lembrança.

Com o passar do tempo a madeira estragou e então foi criada outra ermida de pedra, em 1963.

Durante a retirada da ermida do pátio da antiga maternidade neste ano, uma “cápsula do tempo” foi encontrada no local. Nela estava um documento datilografado e criado pela Prefeitura Municipal contendo as informações sobre a nova construção:

Aos dias 15 de novembro de 1963, na cidade de Rio Negro, Estado do Paraná, Brasil, deu-se o início da construção deste oratório em homenagem à Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, padroeira do Instituto Secular das Irmãs de Maria de Schoenstatt.

Confira o documento na íntegra:

No dia 01 de agosto de 2012 houve a troca do quadro da Mãe Três Vezes Admirada na Ermida Jardim de Maria. O evento teve a presença do padre Ottomar Schneider.

NOVO LOCAL

A partir deste dia 23 de outubro de 2025, a estrutura com a imagem da ermida com a imagem da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt está no Parque Ecoturístico Municipal São Luís de Tolosa de Rio Negro, em uma área próxima da Capela Capela Cônego José Ernser. Houve algumas alterações na estrutura da ermida que já eram previstas, mas a essência dela está mantida.

Eu fiquei feliz com esta mudança, pois gosto bastante da história do seminário de Rio Negro (será o meu próximo livro, que será lançado em breve). Agora ele terá esse novo espaço que tem tudo a ver com a história do seminário, pois os franciscanos eram devotos de Nossa Senhora. E o local faz parte do “Caminho do Pai”. Então está muito bem justificada a transferência da ermida para este local.

DEFINIÇÃO DO LOCAL

No início deste ano houve certa polêmica envolvendo a ermida no antigo local. Naquela ocasião a minha tia Maria de Lourdes Biliski Muncinelli entrou em contato comigo bastante emocionada, pois ela é bem devota da Mãe e Rainha. Ela pediu que eu solicitasse a ajuda da Prefeitura para resolver aquela situação, já que eu trabalho no gabinete do prefeito também. Nisso ela deu a sugestão de transferir a ermida para a área do seminário, já que é um lugar bonito, seguro e de livre acesso. Existia na época a vontade do movimento de transferir a ermida para outro lugar que possuísse um acesso facilitado.

Eu gostei bastante da ideia, porém antes de repassar a sugestão ao prefeito Alessandro Cristian von Linsingen, eu tive que fazer uma pesquisa para verificar se havia uma ligação entre a ermida e a área do antigo seminário. Após eu concluir que havia sim a ligação histórica, eu pude então repassar a sugestão ao chefe do Poder Executivo.

E tudo se encaixou no tempo certo, pois quando eu fui dar a ideia ao prefeito, o padre Sercio Ribeiro Catafesta, atual responsável pela Paróquia Senhor Bom Jesus da Coluna, estava junto na sala. Então eu consegui passar a ideia aos dois ao mesmo tempo. Ambos entenderam o contexto histórico e concordaram com a sugestão. A permissão de ambos era importante, pois o movimento mariano é ligado à paróquia e a instalação de um novo espaço no parque ecoturístico precisava do aval do prefeito.

Na sequencia houve a reunião na Prefeitura com representantes do movimento de Schoenstatt de Rio Negro, que também concordaram com a ideia de transferir a ermida para a área do seminário. Os trâmites técnicos então tiveram início e após a dedicação de vários profissionais envolvidos, hoje temos a ermida nesse novo e bonito espaço. Agora ela está em um lugar aberto a todos; um lugar que foi abençoado pelo padre fundador do movimento.

Essa história de como ocorreu a parte “burocrática” para a transferência eu fiz questão de citar aqui, pois além de fazer parte da história da ermida, foi algo emocionante. Realmente tudo ocorreu no tempo certo.

Além do prefeito, do padre e dos membros do movimento por aceitarem a ideia, é justo fazer alguns agradecimentos específicos: aos construtores Leonardo Miranda e Joel Gomes, que tiveram a missão de construir a ermida neste novo espaço; aos profissionais Dyego, Ildefonso, Maria e todos do viveiro municipal por prepararem o jardim da ermida; e todas as pessoas que de alguma forma ajudaram para que desse tudo certo, inclusive no evento de reinauguração. Todos fazem parte deste novo capítulo da história.

Diversos membros do movimento de Schoenstatt de Rio Negro e da região estiveram presentes no evento de reinauguração da ermida, como o padre Marcelo de Souza, do Santuário de Curitiba, que abençoou o local; a Irmã Doralice Maria de Souza, dirigente regional; a Irmã Leonina, convidada especial; a senhora Terezinha Delponte, coordenadora do movimento em Rio Negro; a senhora Maria Rosi, vice-coordenadora e a senhora Sônia de Oliveira, membra do movimento que apresentou aos presentes o contexto histórico da ermida e de todo o movimento de Schoenstatt.

Também participaram do evento: o prefeito Alessandro Cristian von Linsingen; a vereadora Milene Torres Gonçalves Stall, que é uma grande apoiadora do movimento e acompanhou a transferência da ermida; secretários municipais; servidores da Prefeitura, a comunidade em geral e participantes da Caravana Circuito Caminhos do Paraná, que estão com seus trailers e motorhomes no estacionamento do parque.

LUGAR BONITO

O nome do local pode ser chamado Ermida Jardim de Maria, pois é conhecido desta forma por muitas pessoas. Por décadas a ermida foi utilizada pela Família Schoenstatt de Rio Negro e por muitos devotos da Virgem Maria de várias regiões como um local de reflexão e de muita oração, principalmente para as mães gestantes e para os recém-nascidos na cidade.

A ermida é uma herança deixada pelas Irmãs de Maria. Por muitos anos a Família de Schoenstatt de Rio Negro foi a responsável pelo zelo e cuidado do local, tarefas feitas sempre com muita dedicação. No entanto, com a desativação da maternidade o local teve um acesso mais restrito para a população e também para os membros do movimento.

A palavra “Schoenstatt” significa “belo lugar” no alemão. Então a ermida está no lugar certo no parque ecoturístico. E com acesso fácil para todos. Com o passar do tempo o local receberá aprimoramentos com ações da Prefeitura Municipal e dos membros do movimento. Já é um lugar bonito, mas ficará ainda mais no futuro.

SANTUÁRIO PAROQUIAL

Além da ermida, atualmente Rio Negro possui o Santuário-lar Paroquial “Mãe e Rainha da Família!”, que foi criado no dia 19 de outubro de 2003. O evento de criação teve a presença do padre Argemiro Ferracioli (padre do movimento de Schoenstatt) e do e pároco padre Jaime Antônio Schmitz. No dia 01 de março de 2008 ocorreu a bênção da reforma do santuário com a presença do padre José Airton de Oliveira.

LIGA DAS MÃES DE SCHOENSTATT

Em 20 de agosto de 1947 ocorreu a Fundação da Liga das Mães de Schoenstatt no Brasil, em Londrina-PR. Em Rio Negro a liga foi fundada em 1982. Também há em Rio Negro a Liga das Famílias.

MÃE PEREGRINA

Em Rio Negro também há a Campanha da Mãe Peregrina, que atualmente possui mais de 60 capelinhas com a imagem da Mãe e Rainha que visitam as famílias. Sem dúvida a capelinha faz parte da vida de muitos rio-negrenses.

EVENTOS IMPORTANTES

Além da visita do padre José Kentenich em 1947, outros eventos marcantes ocorreram em Rio Negro dentro do movimento, como a construção da ermida em 1963 e outras ações que eu localizei e citarei a seguir.

Nos dias 26 e 27 de agosto de 2011 o município de Rio Negro recebeu a visita do Símbolo do Pai, vindo de Curitiba. No site do Santuário Tabor Magnificat há o relato sobre essa importante visita:

A Família de Schoenstatt de Rio Negro acolhe o Símbolo do Pai!

No dia 26 de agosto, o Símbolo do Pai foi recebido festivamente pela Família de Schoenstatt, na porta da Igreja Matriz. Lá estavam as Mães, as missionárias da Mãe Peregrina, membros do terço dos homens e uma linguista representando a Lafs.

Em procissão, nos dirigimos ao Santuário Paroquial, onde foi manifestado muita gratidão por meio de cantos e oração.

Cheios de fé e alegria continuamos nossa caminhada, levando nossas bandeiras e as imagens peregrinas até a sala para a comemoração. Neste local realizamos nossa vivência , momento inesquecível, quando cada um pode realizar o seu encontro pessoal com o Pai, pronunciando as palavras: “O PAI ME VÊ, O PAI ME AMA, O PAI PRECISA DE MIM.”

Para completar nossa alegria, as Mães nos surpreenderam com um delicioso bolo com o Símbolo do Pai no seu centro. Até alguns salgadinhos tinham a forma do triângulo.

A Santa Missa foi solene. Na entrada apresentamos os nossos símbolos, bandeiras e as imagens Peregrinas juntamente com o Símbolo do Pai. Na homilia, o Padre Marcos, celebrante, falou sobre o olhar de Deus que paira sobre todos nós em todos os momentos de nossa vida… No ofertório apresentamos, com o pão e o vinho, o nosso capital de Graças preparado para a esta hora.

O Símbolo do Pai visitou também alguns Santuários-lar, mães idosas e doentes.

Finalmente esteve junto a Ermida da Mãe e Rainha, na antiga maternidade de Rio Negro, local marcado pela visita do Pai Fundador em abril de 1947.

Como Família, sentimos imensa gratidão por todas as vivências, alegrias e sobretudo a inúmeras graças que o Céu derramou sobre nós neste acontecimento.

O município também recebeu nos dias 07, 08 e 09 de junho de 2012 a visita da Imagem Peregrina Original, vinda de Canoinhas, rumo a Curitiba.

CAMINHO DO PAI

Em 2017 a Família de Schoenstatt de Rio Negro recordou os 70 anos da passagem do padre José Kentenich pela cidade. Assim consta na notícia publicada por Renata Orsato na época:

Unidos no coração da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável, a Família de Schoenstatt Rio Negro/PR comemorou os 70 anos da primeira visita do Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, às terras brasileiras com o evento “Seguindo os Passos do Pai”, realizado no dia 9 de abril.

Em preparação, durante os nove dias que precederam a data, a comunidade rezou a oração pela canonização do Pai e Fundador como oferecimento ao Capital de Graças. Além disso, em 6, 7 e 8 de abril iniciou-se um tríduo com adoração ao Santíssimo Sacramento, Via Sacra, Terço pelas Vocações e Terço na Ermida Jardim de Maria e Missa na Igreja Matriz.

Chegado o dia 9, as festividades começaram na ermida, com os participantes entoando o “Hino da Minha Terra”, além de cânticos e o Terço. Em seguida, uma senhora da Liga das Mães de Schoenstatt contou a história da visita do Pai e Fundador à Rio Negro: onde se hospedou, onde ocorreram suas celebrações, quem ele visitou… Logo após, todos saíram em carreata para “seguir os passos do Pai” em direção ao Seminário Seráfico (atual Prefeitura de Rio Negro), onde Pe. Kentenich celebrou a Santa Missa.

O dia foi encerrado com a Missa do Domingo de Ramos e uma confraternização. “Continuamos rendendo graças ao Bom Deus pelo dom da vida e obra do Pe. Kentenich, e também pedindo a intercessão de Nossa Mãe e Rainha Três Vezes Admirável pela sua canonização”, declarou Sandra Pereira Zacarias, integrante da organização do evento.

Ainda com relação às celebrações das datas da visita do Pai a Rio Negro, a Irmã Clarissa do Círculo Externo de Adoração de Santa Maria também compartilhou comigo um relato bonito que faz parte da história. O texto a seguir é referente ao ano de 1972, quando as irmãs estavam celebrando os 25 anos da visita do padre José Kentenich em Rio Negro:

Neste registro, diz que o padre Kentenich chegou às 15h do dia 08/04/1947. As irmãs vivenciaram intensamente esse jubileu. Justamente neste dia chegou o Sr. Bispo, Dom José Joaquim, para Visita Pastoral em Rio Negro. As irmãs acharam isso um presente especial que o Pe. Kentenich intercedia para elas.

Dia 10/04, o Bispo celebrou missa na maternidade. Foi o mesmo dia em que há 25 anos atrás Pe. Kentenich celebrou neste mesmo local. À tarde o Sr. Bispo conversou com a diretoria, passou pela casa, abençoou cada mãe, assim como o Pe. Kentenich havia feito. Isto trouxe muita alegria para as irmãs.

Dia 13/04, o bispo voltou novamente e deu uma palestra na capela e jantou ali. Dom José estava muito contente e apreciou com grande amor os quadros da MTA que ele encontrou em todos os cantos da casa. Está escrito: “Ele é muito mariano!”. Na despedida foi dado um quadro da Mãe e Rainha de presente e junto uma novena pela beatificação do Pe. Kentenich.

Entre outros, nestes quatro dias em que as irmãs recordaram a visita do Fundador Pe. Kentenich a Rio Negro, também visitaram a antiga casa paroquial onde o Pe. Kentenich estava hospedado naquela vez. Em 1972 morava ali uma família. Eles tiveram muita alegria quando contaram o motivo da visita. Também pediram a assinatura para a beatificação do Pe. Kentenich e todos assinaram com grande alegria.

Eu “prevejo” que o parque ecoturístico de Rio Negro estará bastante movimento (além do normal) no dia 09 de abril de 2027, quando certamente serão celebrados os 80 anos da visita do padre José Kentenich. A área do antigo seminário de Rio Negro faz parte do “Caminho do Pai”. O turismo religioso sempre foi forte em Rio Negro e agora ficará ainda mais por possuir uma ermida que faz parte de uma grande obra internacional.

VALORIZAÇÃO DA HISTÓRIA

O movimento mariano de Schoenstatt continua forte em Rio Negro, sendo que atualmente os membros participam de diversas atividades da Paróquia Senhor Bom Jesus da Coluna e também em comunidades.

No evento desta quinta-feira, quando houve a reinauguração da ermida com a imagem da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstat no parque ecoturístico, foi possível observar a grandiosidade do movimento no município de Rio Negro. O evento foi muito bonito e eu tive o privilégio de participar e discursar para incentivar o público presente a pesquisar sobre a história.

E de fato o movimento tem muita história em Rio Negro, mas que é pouco conhecida pela população. Aqui eu coloquei apenas um resumo da história, mas vale muito a pena dedicar um tempo e pesquisar na Internet sobre o movimento todo. Trata-se de uma obra internacional e temos em nosso município uma parte importante dela. Temos que valorizar isso!

Como foi possível observar nesta publicação, a ermida que agora está no parque ecoturístico tem grande importância histórica. Não apenas para a religião, mas para a história de Rio Negro. Trata-se de um novo ponto turístico a partir de hoje, então precisamos conhecer a história dele para divulgarmos para todos.

Fica a minha dica: quando levarem os familiares e amigos ao local, comentem que o padre fundador esteve em Rio Negro e passou pelo seminário. Comentem que a ermida faz parte de uma obra internacional. Isso é motivo de orgulho para nós rio-negrenses.

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